Lost, para quem não sabe é uma série de televisão, exibida pela RTP, que relata as aventuras vividas por um grupo de sobreviventes de um desastre de avião que se vê perdido numa ilha deserta. Ora, eu não me perdi em nenhuma ilha de deserta, mas a minha vida está recheada de episódios possíveis de incluir numa série do mesmo nome. Porquê? Digamos que se fosse um peixe era capaz de me perder num aquário redondo.
A semana passada foi um exemplo rico, quando na 3ªa feira andei perdido a pé no meio duma lisboa em festa(já antes andara perdido na casa do Jaime, onde é recomendável o uso duma bússula para encontrar o caminho da sala pra cozinha), em busca da sé de alfama, durante interminável hora e meia. Sábado, dia de actuação da Estudantina. Local: Igreja de Santo António dos Cavaleiros, na festa da Santa Casa da Misericórdia. Eu devo estar claramente a ficar velho, porque no meu tempo as Igrejas tinham uma torre(algumas), um sino(a grande maioria) e pelo menos uma cruz no topo(todas sem excepção). Esta nem torre, nem sino, nem cruz, nem nada. Até a minha casa com um rabo-de-peixe(tipo de antena, deixem lá as paneleirices de lado agora, que tamos a falar da casa de deus) no telhado se parece mais com uma capela do que "aquilo".
Conclusão, o primeiro sítio onde parei foi à porta desse estranho edifício a que, por aquelas bandas, chamam de igreja, que não tendo aspecto disso, me fez prosseguir a busca. "As igrejas costumam ser nos altos, mas mesmo que não seja a gente deve conseguir vê-la lá de cima...", então subimos, subimos, subimos, subimos, e subimos. Igreja nem vê-la. Parámos então perto de uma cabine telefónica, onde se via o vulto de alguém que se abrigava da chuva que caía, a fim de pedir indicações. A pessoa em questão era uma dama digamos, olhando ao seu vestuário(ou escassez dele), de profissão duvidosa, que ninguém concerteza duvidaria tratar-se de uma menina que claramente vai à missa todos os domingos e canta no coro da igreja...pelo que com todo o à vontade lhe perguntámos se sabia onde era a igreja, ao que ela, após soltar uma risada badalhoca, respondeu que não.
"'Bóra equipa!Não desiste", perguntámos num pequeno café ali perto e fomos informados que descendo a rua, era logo à direita. Ou descemos a rua errada, ou fomos enganados. Não sei o que pensar, visto a única rua que descia ser aquela. Perguntámos novamente num mini-mercado, "é muito fácil, seguem por aqui, quando encontrarem um stand viram à direita." - "um stand imaginário talvez..." - "Olha, tá ali uma torre com um relógio, não tem sino nem cruz, mas é capaz de ser ali" - "Nah, é só mesmo um relógio, nada de igreja". Pela 4ª vez perguntámos, onde era a mal-fadada igreja, e finalmente nos deram indicações certas.
Fez-se a actuação, mas a hisória não acaba aqui. Saímos do estacionamento, virámos à direita, voltámos para trás(estrada sem saída)...Seguimos a placa da auto-estrada pra lisboa... desapareceram as placas...encruzilhada, esquerda ou direita??...Direita...Estamos perdidos! Voltar pra trás, vamos pela esquerda...Não, pra aqui também não é. Voltar para trás. Ok, caminho encontrado...Acho que tenho um dom natural pra me perder...
Posto este impressionante relato, lancei uma campanha de recolha de donativos para aquisição de um GPS(pra mim), pois temo que um dia me perca para nunca mais ser visto, sendo o fim prematuro deste gradioso(amente deprimente) blog...
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