segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Dura realidade

No último fim-de-semana marquei presença em mais um festival de tunas, desta feita em Viseu, mas desta vez, porque nem só de parvoíce é feita esta vida, não quero falar das desventuras do fim-de-semana, mas do final deste. Nestes fins de semana de festival, fica sempre a sensação que quando à 6ª feira deixamos Lisboa rumo a qualquer lugar, deixamos também para trás a realidade do dia-a-dia, para entrar num mundo à parte, tal como no domingo à chegada a Lisboa voltamos à dura realidade...

Porém desta vez a realidade apresentou-se mais dura que nunca, uma realidade da qual já não faz parte um amigo...de 4 patas e 13 anos.
Neste momento não consigo perceber o que sinto...sempre pensei que este seria o pior dia da minha vida, e certamente que não está a ser fácil, mas ao mesmo tempo sinto-me aliviado pela forma como aconteceu...

Há mais de um ano que lhe tinham diagnosticado um sopro no coração. Tendo de tomar comprimidos todos os dias já se sabia que a chegada deste dia era uma questão de tempo, e desde aí que me tenho vindo a preparar - se é que é possível preparar tal coisa - embora tivesse menos genica que outrora ainda parecia saudável, pois corria, saltava, e brincava como um cachorro...Foi principalmente quando perdeu a audição que me comecei a mentalizar para o pior...mas o pior nem era isto, mas sim ter de vê-lo a perder faculdades, pois provavelmente seguiria-se a cegueira, ou a perda lenta da locomoção...até ao dia em que o encontrasse sem vida num qualquer sofá da casa. Assim apenas me consigo sentir grato por nem eu nem ele termos de viver momentos assim. Posso lembrar-me para sempre dele igual a si próprio, sempre com vida e com imagens alegres. Ainda não consegui falar com os meus pais sobre o assunto, mas terá morrido de noite, provavelmente aos pés da cama embrulhado no mesmo edredon onde estava 6ºa feira, quando lhe fiz a última festa antes de sair de casa. Naquela altura, lembro-me de pensar, quando a minha mãe me disse que ele não se tinha conseguido levantar de madrugada para ir à rua, que ele estava a piorar e talvez aquela fosse a última vez que o via, tal como já tinha pensado outras vezes, mas esperando estar a ser apenas pessimista mais uma vez. Acho que não teria aguentado sequer olhar se lá estivesse...

Durante muitos anos, a seguir ao toque da campainha da porta seguia-se um ladrar familiar, o som de patas a arranhar a porta e do bater da cauda com toda a força no móvel da entrada e no sofá, tal era a alegria com que ele a abanava. Era um abanar de quem se sentia contente por me ver...um abanar sempre sincero, impossível de ser fingido ou evitado, e que faz do cão o melhor amigo do homem, pois não há outro ser no mundo que mesmo sem falar consiga ser tão verdadeiro nos sentimentos que exprime. Toda esta festa era sempre igual tivesse eu estado fora 15 dias ou tivesse ido beber café ao fundo da rua, e lembro-me do estranho que era entrar em casa nas semanas que ele passava fora, por à hora de voltarmos de uma visita aos meus avós, ele ainda andar a vaguear pela aldeia. Esta semana vai ser mais comprida que qualquer outra...

Podia escrever sobre ele mais 100 posts que ainda assim seriam poucos para me despedir...mesmo que pudesse vê-lo uma vez mais, e voltar a falar-lhe enquanto ele me olhava com olhos de quem diz: "Não sei o que é que tás para aí a dizer mas já percebi que te vais embora! Lava-me contigo!" só lhe queria dizer o que sempre dizia ao sair de casa...

Adeus Toby ;)

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Dezembro de luto...

E por fim entramos no último mês do ano, faz frio lá fora, o Natal está à porta e como qualquer comum português, é a altura ideal para dar uma espreitadela às mulheres peladas nas capas das revistas masculinas. E quando se fala em revista masculina, um nome incontornável vem sempre à baila. Não, não falo da saudosa Gina, mas da internacionalmente conhecida Playboy. Ora desde que esta pituresca revista, que na "infância" nos povoava o imaginário - pois tão raras eram as oportunidades de folhear uma - passou a ter uma versão portuguesa, a que os conhecedores do mercado internacional têm torcido o nariz, olhando com olhar crítico e desconfiado para as "artistas" escolhidas para as capas. A coisa começou tremida, com celebridades que nem aqueciam nem arrefeciam, umas melhores que outras é certo, mas chegou-se a dizer que a crise inicial estava ultrapassada com a Cristina Areia na capa de Outubro. Tal não se veio a verificar, em Novembro com a "moranga" Marta Faial, mas ainda assim consegui esboçar um sorriso gozão para a poderosa congénere norte-americana, pois antes uma pita dos morangos que a Marge Simpson...

Ora eles em dezembro tiveram isto:



E nós por cá temos isto:


É um facto, quem ri por último ri melhor, e depois de me ter feito rir tantas e tantas vezes, eis que ver RAP só me dá vontade de chorar...e estou oficialmente de luto!

Neste momento devemos ser alvos de chacota de meio-mundo, já era público que a espécie do macho latino-português estava em extinção, mas agora foi a gota de água... Ninguém me tira da cabeça que isto faz parte de um plano maquiavélico de uma irmandade secreta de bixonas para conquistar o mundo. De há uns anos a esta parte começaram a infiltrar-se no futebol, com fitinhas, penteadinhos, passagens de modelinhos...agora preparam-se para dominar a playboy e qualquer dia é vê-los no governo...Ã?? O primeiro ministro é o quê??

Bem, como dizia o outro, aqui há tempo os homosexuais eram presos ou executados, depois começaram a ser tolerados, aceites como iguais numa sociedade civilizada, mais dia menos dia podem casar-se, e...eu vou mas é emigrar antes que seja obrigatório!

sábado, 7 de novembro de 2009

Paulo Bento Forever

Bom, depois ter ressuscitado o meu post sobre o síndroma da segunda época que afectava o Paulo Bento, eis que dou por mim com pena de o ver sair. É verdade que a equipa não jogava nada, é verdade que assistir a um jogo era algo de doloroso para quem gosta de ver bom futebol, e duplamente doloroso quando o eterno rival benf... nem consigo dizer o nome...está a jogar esse bom futebol...é mais do que este meu pobre coração consegue aguentar.

Então porque raio me custa vê-lo sair? Porque, passo a citar:

"Paulo Bento fica na história do Sporting. Pelo tempo, pelos êxitos desportivos - esquecidos ou menorizados -, mas sobretudo pelo capital humano que ofereceu: é sério, frontal, solidário, honesto, coerente, sólido. São qualidades difíceis de encontrar. Será, de facto, "forever"."*

Quem anda no futebol vive dos resultados, P.B. não ganhou nenhum campeonato, mas eu em 22 anos de sportinguista também só vi o sporting ganhá-lo por duas vezes...mas P.B. ganhou duas taças, uma delas ao Porto, e duas supertaças, ambas ao Porto, que no tempo antes de Bento, o Sporting ganhar taças ao Porto era algo no mínimo improvável. O P.B. pode não ter trazido para o Sporting melhor futebol que o que se praticava no tempo do Peseiro, mas trouxe seguramente uma maior cultura vencedora.

Neste momento só consigo pensar, quanto tempo demorará até que os sportinguistas comecem a proferir "volta Bento, estás perdoado". É que pior do que ver a equipa jogar mal e porcamente, é ver depois um treinador a desculpar-se de qualquer maneira, sem a seriedade, frontalidade e honestidade do Paulo Bento. Não tínhamos o melhor treinador do mundo, mas dúvido que exista por aí outro com melhor carácter, e que admita ao sair, que esteve quatro meses a mais (o tal síndroma) à frente do Sporting, e que seja capaz de ver que a situação chegou onde chegou porque também "Houve uma depressão muito grande devido à pré-temporada do Benfica".

Também já tinha escrito no fórum do Record, que não achava que Bento fosse o problema, mas claramente já se tinha visto que não conseguia ser a solução, e que o Sporting deveria agradecer-lhe (publicamente) por tudo o que fez pelo clube, mas o melhor para ambas as partes seria o fim deste "casamento". Esperava que tal ocorresse após o jogo de amanhã com o Rio Ave, aproveitando a paragem de duas semanas no campeonato para começar o novo ciclo com um novo treinador, e não destabilizar(mais ainda) a equipa antes de um jogo que lhe poderia garantir o apuramento para a fase seguinte da Liga Europa. No entanto mais uma vez P.B surpreendeu-me, sacrificando-se uma última vez pela sua equipa, dizendo que sabia que não conseguia ser a solução que um treinador deve ser nestas alturas, e que a sua decisão estava tomada, fosse qual fosse o resultado, sairia após o jogo de quinta-feira.

Paulo Bento sempre chamou as coisas pelos nomes, disse o que pensava e o que tinha a dizer, se a equipa ganhava o mérito era dos jogadores, se a equipa perdia a culpa era dele...
A pergunta que se coloca aos milhares que exaltam o bom momento que se vive do outro lado da 2ª circular é só a seguinte: "será que J.J. , o treinador do momento, vai dizer o mesmo quando o benf...caraças pa...começar a descambar? - Ah não, que agora ninguém pára o benf*?%&/, o J.J. é forever! "
Pois claro...

Muitos também dizem estão fartos de ouvir falar em ética e valores morais, e que o Sporting passa sempre por otário ao lado dos outros grandes, mas também são os mesmos que se queixam da podridão que existe na política nacional, e que são governados por aldrabões. Eu já que continuo por cá com esta canalha à frente do meu país, e como já de qualquer maneira quando é bom nunca é para mim, prefiro que pelo menos à frente do meu clube tenha gente séria - o que é que querem? Há malucos para tudo...

* - excerto gentilmente cedido(ou copiado e colado aqui) da edição on-line do jornal O Jogo.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Há escritos que são intemporais...

Só nunca pensei que se aplicasse a algo escrito por mim...

Quando é bom nunca é pra mim!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Cavaleiro Desandante Esmiuça os Sufrágios

Ainda que embora contudo, todavia, não obstante eu entretanto não tinha dito nada ou coisa nenhuma, este post já vai com 18 palavras e poderia facilmente ser incluído, inserido ou constituir parte integrante de um discurso político-partidário. Claro que fazer um discurso não se prende só com arranjar pelo menos 2 ou 3 sinónimos para cada termo, palavra ou expressão, exige também um grande, um enorme, um esforço extra, para arranjar, reunir, obter, algo ou alguma coisa com que atacar, provocar, ou criticar os demais candidatos, adversários ou opositores.

E isto é o que o "grande" político faz durante meia dúzia de meses de 4 em 4 anos, e tem a vidinha feita. Convenhamos que não é fácil adquirir tão elouquente habilidade de nada dizer, mas em 3 anos e 6 meses deve dar tempo para se apontar uma série razoável de sinónimos caros, embora, e no caso do indivíduo ser destro, tal obrigue ao procedimento de coçar a genitália com a mão canhota... Ora neste momento acho que não me consigo lembrar de ninguém que goste mais de não fazer nenhum do que eu, pelo que me considero o candidato ideal ao emprego de 1º Ministro deste país. Calma, emprego não, que como disse, e bem, o "sr. Eng.º" José Sócrates, ou Sócratas ou Sócrates, whatever, no programa televisivo inspirado no título deste post...cof, cof - "Isto não é um emprego" - pois não, eu ousaria até completar a afirmação do sr. 1º Ministro da seguinte forma: "Isto não é um emprego, é um tacho!"

Ora como eu sou uma pessoa que se interessa pela política nacional, quase tanto como me interesso pela indústria de curtumes norueguesa decidi fazer um daqueles testes para descobrir em quem votar nas próximas eleições. Das vezes que votei, que foram muitas, ou não, não votei em partidos ou ideologias políticas mas nas pessoas que estavam à frente de cada campanha, pela confiança que transmitem ou não...só que desta vez, talvez pelo trabalho apresentado pelo governo dos dois únicos partidos que por cá ganham eleições nunca ter convencido, e os cabeças de lista ainda menos vontade dão de votar neles, teria que optar por um dos mais pequenos. E foi nesse sentido que fui fazer o teste, pensando eu, que assim podia fazer do meu voto um voto útil e votar em consciência. E pronto calhou-me o MMS e passou-me a ideia de que cheguei a pensar que esse teste era realmente uma ferramente útil à sociedade. E não, MMS não tem nada a ver com Multimedia Messaging Service nem tão pouco com Modelos Maníacas por Sexo, diz que é mesmo um partido. Acho que vou votar no Ricardo Araújo Pereira, já que vamos ser governados por um palhaço pago a peso de ouro, ao menos que fosse alguém com piada.

P.S. - O objectivo deste post não é de todo ofender nem ferir susceptibilidades pelo que quero deixar bem explícito que não estou a chamar palhaço ao R.A.P.

P.S.2 - Também não era minha intenção enxovalhar o MMS, estando inclusivé receptivo a propostas do MMS caso estejam à procura de alguém para o cargo de Secretário Geral, salientando que até hoje não conheci ninguém que goste tanto não fazer nenhum com eu, e se se pretendem introduzir na luta com os grandes partidos, há que em primeiro lugar arranjar as mesmas armas.

P.S.3 - Quanto aos restantes passíveis de se ofenderem, se a carapuça servir...

P.S.4 - "Eu não sou a Manuela Moura Guedes, e este não é o jornal nacional!" Portanto faz favor de não me cancelarem o programa, que programar é o meu ganha pão.

P.S.5 Dou por encerrada a parvoíce. Bom fim-de-semana e que Jesus vos acompanhe(tal como tem acompanhado o Benfica).

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

É preciso é que haja saúdinha

Ora viva cambada, então essas férias?

As minhas, tal como da maioria dos portugueses foram curtas, mas antes de começar a dizer mal das minhas férias, vou dizer mal dos últimos dias de aulas....

Ora parece que houve para aí um feriado em junho e eu fui até à praia, ora como quando é bom nunca é pra mim, no dia a seguir tava com uma inflamação no ouvido direito. Enfim, passei a tarde a ganir com dores até que me dignei a ir à farmácia buscar qualquer coisinha prás dores, meti-me na cama e coisa lá acalmou. Acalmou o direito, começou-me a doer o esquerdo. Resumindo, já não ouvia nada de jeito nem dum nem doutro, e fui ao médico. Ora como o serviço de saúde neste rectângulo à beira mar plantado anda, como nós sabemos, pela hora da morte, resolvi fazer uso do seguro de saúde e ir ao privado. E realmente o atendimento não tem nada a ver, é muito mais rápido, passados 10 minutos tava no consultório, e passados 15 já cá tava fora...como diz o outro nem auscultam um gajo nem nada e dá cá 30€...e ainda ficas uma semana a antibiótico! Eh pá, custou-me a dar 30€ por 5 minutos de "trabalho" duma médica - que se não era ucraniana era de pensar em fazer terapia da fala - mas o antibiótico já é gozarem com uma pessoa! Quer dizer, uma semana de verão sem poder beber uma mini...não morro da doença morro da cura...

Mas como diz a minha mãezinha com a saúde não se brinca, pelo que depois de acabar o antibiótico e ter ficado na mesma, fui a uma médica a sério, ao centro de saúde...realmente quando um pobre tenta fazer vida de rico só acaba por ficar mais pobre(30€ e meia grade de minis mais pobre :s), e parece que ainda não inventaram nada melhor que a médica de família...

Bem, até aqui nada de novo, que quando é bom nunca é pra mim já se sabe, mas mais uma vez era escusado de ser mau e ser pra mim. Ora a semana de antibiótico correspondeu à última semana de aulas e como tal, para além de andar surdo, ainda tive a sorte de ter uma apresentação dum trabalho para fazer pra toda a turma, e não é que não tenha sido giro tentar projectar a voz pra toda a gente na sala me ouvir, sem eu me conseguir ouvir a mim próprio, mas não tentem isto em casa, que há sempre um vizinho que acaba por chamar a guarda.
Ora depois dum esforço destes o que sabe mesmo bem é uma mini fresquinha, ou então ir fazer uma frequência, que foi o que eu fui fazer - tava a antibiótico não podia beber minis.

A frequência que não se pode dizer que tenha corrido mal, mas agora a avaliar pelo 6,8 que tive, posso dizer que mais valia ter ido beber a mini...pronto, o dia lá terminou e regressei a casa em busca do merecido descanso...só que, claro, quando é bom nunca é pra mim e indo eu distraído a dizer mal da minha sorte, já ía lançado a mais de 88 km/h quando uns simpáticos(*) agentes da autoridade se lembraram de me tirar uma foto.

- "Boa noite sr. condutor, posso-lhe já dizer que foi fotografado em excesso de velocidade ali à saída da ponte. Carta de condução, documentos da viatura, e pode ir baixando as calcinhas pra levar com ele. Tem o direito de permanecer em silêncio e usar vaselina, se não tiver um tubo será-lhe destacado um barato. Quaisquer gemidos proferidos durante o acto poderão e serão usados contra si pelo penetrador anal."

Ora bandidos que andam a 89 km/h ao descer uma ponte(fora duma localidade), as 22h30 da noite de uma 3ª feira, são um perigo para a segurança pública e têm mais é que ser multados! E como quando é bom nunca é pra mim, foram só 120 € (poucaxinho)...
Já dizia a minha avó: Antes rico e com saúde do que pobre e doente.
Ora se eu já tava doente e pobre, passei a moribundo e miserável, que nem 100 euritos tinha na conta...
O que vale é que quando é bom nunca é pra mim, e como não tinha dinheiro pra pagar ficaram-me com a carta...já tinha dito que quando é bom nunca é pra mim?

- "Sr. Cavaleiro Desandante tá aqui a guia de substituição, e a referência pra pagar no multibanco. A guia é válida até 16 de Dezembro."
- "Porreiro, é mesmo no dia que faço anos, pode ser que me dêm dinheiro pra pagar a multa!"

Enfim, estes guardas de agora já não têm sentido de humor nenhum...

Lá me montei então no meu alasão negro, pronto pra voltar a casa, dizer mais mal da minha sorte, e pensar na maneira mais suave de dizer ao velho que tinha uma multa de 120€ para pagar e nenhum fundo de maneio...quando reparo numa matrícula conhecida, entre o emaranhado de carros prestes a serem multados. Após um rápido reconhecimento facial, o suspeito era precisamente o meu pai...e assim se deitam fora 240€ do já de si mixuruca orçamento dum agregado familiar.

Enfim, não vai um gajo às putas para depois andar a dar dinheiro aos filhos delas...

(*) - simpáticos ou filhos da puta, já não me recordo bem...

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Crónicas de um coxo diferente - II

O dia 23 de Maio de 2009 tinha tudo para ser um dia perfeito...tudo tirando o facto de que quando é bom nunca é pra mim.

Mas antes do dia 23 de Maio, há sempre um dia 22 de Maio...e entre o 22 e o 23, toda a gente sabe que, inevitavelmente, há uma noite de 22 pra 23. Até aqui nada de novo...e a noite começou com um jantar de despedida de um ilustre Estudantino que se preparava para ir pra Angola engordar a conta bancária durante uns meses valentes. Não digo que tenha saído de lá alcoolizado mas...eu quando conduzo não bebo, pra não entornar. Ora parte do grupo ía a uma festa numa daquelas discotecas com guest list e coiso e tal, mas eu, um pobre rapaz do campo, e humilde apreciador do ambiente bairrista(e de imperial a 80 cêntimos em vez de 5€), optei por ir à festa do festival da tuna feminina do ISEL, nas novas instalações do Real República de Coimbra no Bairro Alto, na companhia do meu padrinho* há muito desparecido. Ora sendo o moço de Vila Viçosa e conhecendo eu Lisboa como conheço o Porto(que nunca lá pus os cotos) fomos deixar o carro a três dias pra trás do sol posto, do bairro. Para não variar foi certinho que me esqueci de onde é que deixei o carro...
Lá chegámos às novas instalações do Real República de Coimbra, bebemos uns canecos, trauteamos umas modas e eis que chegou a hora de voltar a casa. Mas para voltar a casa há que encontrar o carro, o que se torna uma missão bem mais simples de executar se for debaixo de chuva...já referi que quando é bom nunca é pra mim? Enfim, achei o carro, montei-me nele, e fui à minha vida...até me tava a correr bem a noite quando tive a sensação que passei por um flash, daqueles que costumam custar dinheiro...ai, quando é mau...olha é pra mim...

E pronto chegamos à manhã de 23 de Maio. Acordar as 10h da madrugada, pra ir à benção das pastas da fã nº1, depois de comer o almoço que os paisinhos vão pagar. "Ah, andas a papar almoços à pala e ainda te queixas" - Antes da tempestade vem sempre a bonança, e depois da tempestade...é que é o elas. Mas vá, almocinho e tal, benção na basílica da estrela. Ora a dita leva aí umas 500 pessoas, como tuga que é tuga gosta é de festa, os finalistas devem ter levado aí umas 1000 pessoas só de família. Conclusão, 2h de pé numa buraco mais apertado do que aquele por onde eu nasci. E é este o momento...quero desde já fazer aqui um apelo a vocês fiéis leitores, que se eu algum dia me passar por esta marmita abençoada, a triste ideia de arranjar fitas e ir a uma benção, por favor afinfai-me com uma picareta entre os mirantes, seguido de dois pares de chapadas nas trombas, daquelas que aleijam. Se me quiser autopraxar, não preciso da benção de ninguém.

E por falar em praxar, chegamos ao final da tarde de 23 de Maio, e ao jantar de aniversário do meu melhor amigo. Ora, até aqui tudo bem, não fosse o pessoal lembrar-se de o embubadar com penaltys que era obrigado a beber por duas razões:

1. Por tudo
2. Por nada

Ora amigo que é amigo quando se vê embriagado o que é que faz? Exactamente, faz com que o amigo se embriague mais que ele, e pronto os inergúmenos que estavam lá a jantar acharam piada à coisa e aqui o menino desde imperiais a jarros de tinto, de bota-a-baixo, foi obrigado a virar, que nem um camelo em dia de ramadão. Conclusão, lá fomos os dois cambaleando abraçados até ao ISEL... Ora até aqui também nada havia de estranho, não fosse o facto de termos um festival de tunas femininas para abrir, e uma bandeira com a qual era suposto fazermos cenas fixes, sem que ela tocasse no solo. Digo-vos meus amigos, que tal tarefa já não é fácil quando conseguimos manter o corpo perpendicular ao solo sem grande esforço, imaginem então fazê-lo com a gravidade a pregar-nos partidas numa noite de nevoeiro. Sinceramente não aconselho a tentarem isso em casa, mas pronto a coisa lá saíu menos mal...e fez-se a actuação. Estou a pensar seriamente em editar os 10 mandamentos do porta-estandarte, em que o primeiro será: Não beberás como uma besta antes de ir pra palco.

Enfim, tristezas à parte, instrumentos arrecadados, começava por fim a festa, mas não sem antes mais uma praxe. Ora o desgraçado do meu padrinho, que muito tem brincado aos tropas nos últimos tempos lembrou-se de brincar aos tropas com os caloiros, sendo que a nossa missão era desparecer da vista dele em 5 segundos. Como bom soldado, assim fiz, disparando como uma flecha em direcção a uma ladeira...ora daqui há a reter o seguinte: Nunca dêm de beber a uma flecha, não vá ela mandar-se à toa pela ladeira abaixo e torcer um pé...

Conclusão da história, já o pessoal tava reunido para passagem de mais um reles-caloiro a veterano, e eu a ganir agarrado ao pé...até já tinham estranhado a presença de uma capa e duma batina sem ninguém por baixo, mas nem ligaram...sabem aquela do homem que vai ao médico e diz:
- "Doutor, não sei o que se passa comigo, as pessoas ignoram-me!"
- "Próximo!"

Assim me senti eu, até umas almas caridosas me irem buscar e levado em ombros até à roda.
Pra quem não sabe o ritual de passagem a veterano processa-se da seguinte forma, o caloiro ajoelha-se à frente do padrinho, repete umas palavras que este diz, e depois dá o grito do ISEL enquanto os restantes veteranos lhe despejam duas imperiais(cada um) pelos cornos abaixo.
Ora como quando é bom nunca é pra mim, no dia que ia deixar de ser praxado, carregar instrumentos, etc, etc, torço um pé, que é pra equilibrar...Enfim, a coxear lá me aproximei do meio, e ía pra me ajoelhar quando me dá uma cãembra...foi giro, no momento mais marcante da minha vida académica ter 30 macacos a olhar pra mim deitado no chão, à espera que eu me conseguisse ajoelhar pra se continuar a cena...quando é bom...

Mas mais giro ainda, foi quando o meu tornozelo se tornou num pequeno trambolho e fui ao hospital de santa maria. Normal, diriam vocês...sim, se conseguirem que acreditem que o vosso traje pinga e tresanda a cerveja, não porque vocês deviam estar nos AA mas porque há um ritual na vossa tuna em que...eh pa, quando é bom nunca é pra mim.

(*) Padrinho na Estudantina do ISEL, porque o outro padrinho, nem é considerado desaparecido, que eu acho que ele existe, mas ainda não foi provado.. =P

segunda-feira, 9 de março de 2009

A Demanda das Bolas do Dragão

Atado que estava o hipópotamo com uma trela de corda improvisada, e com os pertences às costas, Giromo partiu na companhia de Gina, em direcção à vila.
Para quebrar o silêncio que se colocara entre eles, Giromo perguntou:

- Ainda não me haveis dito o que em boa hora vos trouxe a estas mal-assombradas terras?

- Venho candidatar-me a ajudante do médico da corte, que diz que está velho e quase senil, pra não falar na falta de vista. Veja bem que fez no sábado 5ª feira, que o malvado foi tratar dum pobre enfermo acamado devido a uma hemorróida agúda em 3º grau, e por forma a ver de melhor enfiou-lhe um coto duma mangueira pelos entrefolhos do nalguedo, pra espreitar à outra ponta, mas não vendo nada com a escuridão, acendeu um fósforo e mandou-o pela mangueira abaixo...ora assim que o lume se apossou dos gases intestinais, aquilo deu em arder material e estoirar foguetes...parecia as festas de São Firmino...diz que o coitado desde aí que já nem caga...só deixa cair. Ainda assim o doutor é um homem sábio, e espero que me passe alguns dos seus conhecimentos antes de bater as colheres.

- Nesse caso acompanhar-vos-ei à sua presença que sou capaz de tar a chocar alguma.

O velho doutor tinha os seus aposentos na torre mais alta do castelo de pedra branca, que se erguia imponente no topo do Monte Raso. Desde a entrada da muralha às portas da torre era quase meia hora a pé, isto se não parassem admirar as pêgas da rua direita ou os naprons feitos à mão que as velhas vendiam a vulso em cada esquina. O sol já ía alto quando a alcançaram e ouviram o velho curandeiro berrar lá de dentro - Tá aberta, puxai a corda!
Puxaram o atilho e sentiram o trinco abrir-se, para possibilitar a entrada numa sala oval, coberta a toda a volta de altas prateleiras empoeiradas, que suportavam estranhos utensílios de madeira ou metal, e inúmeros livros de grossas lombadas e folhas amareladas.

O doutor encontrava-se sentado a uma secretária de mogno, e fez-lhes sinal para que se sentassem em duas velhas cadeiras de verga, algo carcomidas pelo caruncho.

- Estou só aqui a acabar de desenhar estas radiografias. Tive que dispensar a impressora ontem, gastava-me os tinteiros todos, e desenhava-me as fracturas todas tremidas, ainda pensei de ser das penas, mas afinal era Parkinson. Já não se arranja escravas capazes a ganhar menos duma côdea de pão e um coxo com água, por meio-dia de trabalho...e a culpa é dos porcos dos sindicatos, havera de ser eu que mandasse, era juntá-los todos, besuntados com mel e largados aos ursos. Enfim, já está...ora digam lá jovens que vos trouxe cá?

- Eu vinha-me candidatar ao lugar de sua ajudante, que muito me honraria, ficando-lhe eternamente grata se me aceitasse.
- Bom, a menina deve calcular que as candidaturas são mais que muitas, que referências trás?
- Tenho esta carta que me escreveu meu marido antes de me abandonar...
- O seu marido era médico?
- Não, mas quando soube que ele me encornou tratei-lhe da saúde.
- Ah, menos mal. Acho que tem o perfil indicado, e deixe-me dizer-lhe que a minha decisão será certamente entre si e uma outra candidata que entrevistei ontem.
- É boa médica?
- Não, mas é tesuda. Só tem um pequeno defeito...
- Celulite? Mamas pequenas? Uma verruga peluda?
- Não, falta-lhe um braço, mas tem uma boquinha de ouro...

Um silêncio de tal madeira denso invadiu a sala, que era possível cortá-lo à faca...Gina tinha de puxar dos seus melhores argumentos para sair daquela situação...puxou das saias. O velho arregalou os olhos ao ver aquele cenário, e quase lhe despencou o queixo quando viu o sexo de Gina como que piscar-lhe o olho.

- Como é que fez isso??
- Assim - disse Gina repetindo a piscadela - doutor, enfie-lhe dois dedos...
- O quê? Essa merda também assobia? Contratada!

Gina voltou a compor-se, e desta vez foi Giromo que falou.

- Ó doutor, eu vim cá que era pró sôr doutor me ver aqui as partes fodengas que um malvado dum lagostim me ferrou.

Quando baixou as calças um arrepio percorreu-lhe o corpo ao ver que o seu estimado saco se apresentava num tom arroxeado, e no sítio da mordedura ostentava uma marca negra como bréu.

- Tenho más notícias pra si...esta marca que aqui se vê é um selo amaldiçoado, e temo que não o consiga remover se não me trouxerdes as bolas do dragão.
- Bolas do dragão? As sete bolas de cristal que se encontram espalhadas pelos quatro cantos do mundo, e que quando reunidas conferem ao seu portador o poder de invocar o dragão sagrado que realiza qualquer desejo?
- Não animal, os culhões do bicho.
- Ah...mas em que é que isso me vai ajudar?
- Nada, mas dão um petisco que é um mimo, e puxa prá cerveja...já ando a enjoar túbaros de porco.

to be continued...

domingo, 4 de janeiro de 2009

As Desventuras de Giromo - Parte I

************************* AVISO *************************

Avisam-se os estimados leitores que o seguinte post pode conter linguagem ou cenas consideradas chocantes, pelo que se tiveres menos de 18 anos vê antes um link destes que são uma barrigada de rir:

Noddy o traficante: http://www.youtube.com/watch?v=GkpQ6eoPtR4

Ruca o FDP: http://www.youtube.com/watch?v=9k6CDPcFFL8

Se tens mais de 18 anos mas não queres conspurcar a tua mente e buscas a salvação, sugiro que vás até à cozinha, feches todas as portas e janelas, abras o gás e te deites um bocadinho que isso há-de passar. Ou então corta os pulsos para não tares com tanta maçada.

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Quando saíu da água Giromo trazia ainda o vil crustáceo filado à sua bolsa escrotal que devido ao inchaço parecia agora albergar ao invés de testículos, duas pequenas sapateiras. Praguejando contra o inventor da fisionomia masculina, que dotou o homem de tão mal jeitosa e enrugada protuberância, Giromo percebeu que bem mais incomódo haveria de ser se tivesse de segurar os ditos cujos com as mãos...e ferrando uma mão com os dentes, arrancou o desgraçado lagostim com a outra, para mais uma vez soltar um urro capaz de ensurdecer um elefante mouco.

E foi talvez atraída por tão arrepiante som, que surgiu à sua frente uma mulher que Giromo nunca vira. Não era feia nem tão pouco bonita, antes pelo contrário, e Giromo nunca haveria de esquecer as palavras que lhe dirigiu:

- Mas que grande inchaço trazeis aí, meu bom homem - disse ela, mirando Giromo de alto a baixo, com especial demora nas suas partes íntimas.
- É verdade formosa dama, veja bem que aqui o danado me ferrou - proferiu Giromo, enquanto elevava ao sol o lagostim que esperneava entalado entre o dedo médio e o indicador.
- Oh, nesta vida! São coisas que acontecem...mas deixai-me cá ver isso que trago aqui umas ervas que são um mel, para as mordeduras e outros males que tais.

E antes que Giromo podesse soltar um som que fosse, a estranha mulher apossou-se-lhe dos genitais, ajoelhando-se para uma melhor visão. Até que Giromo, encavacado com tal cenário disse por fim.

- Cara senhora, agradeço-lhe imensamente que me alivie a dor, mas não querendo ser indiscreto, uma vez que pende em suas mãos o futuro da minha descendência, não achais justo eu saber pelo menos o vosso nome?
- Gina.
- Só Gina?
- Sim, não lhe basta Gina?
- Oh sim, é um linde nome. Giromo, um fiel servo à sua disposição... - um lindo nome mesmo, chegava Gina, e a pronúncia do nome, conjuntamente com o bálsamo quente das ervas que ela lhe esfregava em redor do ardor e ao longo do prepúcio, fez o seu pendente membro começar a ganhar cabeça, indo já a 45º quando Giromo se prontificou a desculpar-se.

- Queira desculpar este meu comportamento, e não me interprete mal, mas há anos que não tenho mão no malvado.
- Oh, não se martirize, as saudades que eu tinha de presenciar tal desenvoltura, deixe que ponha eu mão no danado...- disse Gina arremelgando os olhos - mas uma coisa de cada vez, tratemos então deste imprevisto, e trate de quebrar o lacre deste insano cofre que carrego à cintura - E dito isto, num movimento como que para tocar nos bicos dos pés Gina vergou-se levantando as saias ao nível do pescoço, e revelando não possuir cuecas...

Vislumbrando tal cenário já o rígido vergalho atingira os 90º apresentando-se prefeitamente paralelo ao solo. Giromo abeirou-se dos quadris da devassa segurando-os com firmeza e desde logo tomando o pulso ao acre odor a feijão com lebre, que emava dos entrefolhos da roliça mulher, revelando que aquelas miudezas não viam sabão, nem tão pouco uma pinga de água, há vários dias. Mas Giromo não se ralou, tinha pouco sucesso entre as mulheres, e aquela era uma oportunidade de ouro. Não é que fosse particularmente feio, tirando o dente em falta que mostrava a cada sorriso e a cicatriz em forma de alacrau num canto da testa, por norma escondida atrás da oleosa cabeleira ruiva, tinha uma aparência normal. Talvez fosse o cheiro a peixe que incessantemente o acompanhava ou o lixo que teimava em acumular-se por debaixo das unhas sempre que amanhava o mesmo, que afugentava o sexo oposto...

- Andais sempre assim tão à fresca, amável dama?
- Oh não, por quem me tomais?
- Desculpai-me não quis ofender.
- Não foi nada. Agora dai-me de força!
- Com força.
- Isso. Mas se quereis mesmo saber, apenas descarto o uso da roupa de baixo quando contraio alguma doença venérea.
- Ah, fico mais aliviado.
- Desta vez são os chatos que me apoquentam.
- Ah bicheza malvada!
- Pediculose púbica é o que lhe chamo.
- Magana.

Teriam trocado mais dois dedos de conversa durante o acto, não fosse o facto de Giromo, dada a falta de rotina naquelas práticas, ter disparado numa explosão de prazer como jamais tinha experimentado, deixando a pobre Gina de quatro, e ainda a palpitar, coberta de lagonha morna. Sem se aperceber crispara as proteburantes unhas nas nádegas da pobrezinha, e ainda não as soltara.

- Bom, já deu para matar o bicho... - suspirou Gina.
- Peço perdão, foi o que se arranjou para agora, mas queríeies mais?
- Porventura...
- E o meu inchaço?
- Tomara que se mantenha...
- Não é esse, falo do outro...
- Ah, se despejarmos os alforges é capaz de passar mais ligeiro...
- Seja...

To be continued...

PS: Se tens menos de 18 anos e leste isto na mesma, não fizeste nada que eu não fizesse quando tinha a tua idade, e ainda cá ando. E tirando meia dúzia de pequenos furtos e atentado ao pudor, ainda não dei em criminoso...
PS2: Pirataria é crime?
PS3: Esquece, eu enjôo em mar alto...
PS4: Aproveita que tás na net e vê umas gajas nuas.
PS5: Se não gostas de gajas nuas é porque és mesmo bixona.
PS6: Exacto, escusas de escrever para uma revista a perguntar.