Quando sou abordado na rua pelos fãs, sem excepção todos me perguntam se não tenho vergonha de não ter escrito uma única parvoíce descabida durante todo o mês de Novembro, e se me estou a preparar para repetir o feito no mês de Dezembro?? Ao que eu respondo, que tenho um bocadinho sim senhor, mas é Natal, época de solidariedade, ideal para a prática das boas acções que nos esquecemos de praticar ao longo do ano. Portanto, como primeira boa acção a implementar que tal perdoar este pobre redactor de parvoíce por quase dois meses de ausência de publicação de posts neste blog? Então obrigadinho, e Feliz Natal.
Natal? Ora aí está o mote que precisava para o post da ressurreição: a alarvidade de piroseiras que as pessoas inventam para se fazer na Quadra Natalícia. Quadra? Mas o Natal é só um dia, no máximo dois vá(24 e 25), há claramente aqui dois dias em falta, e gostava de saber quem é que os vai pagar.
O Natal passa então a ser desculpa pra tudo, ou seja, todos os desgraçados a que nínguem liga puto durante o ano, aproveitam para dizer que existem, não falo dos verdadeiros necessitados mas de desgraçados como os ambientalistas, com frases do género: "neste Natal não se esqueça de separar os detritos da sua consoada, os papéis dos presentes(inúteis) no papelão, as garrafas no vidrão, as pilhas(nunca incluídas) no pilhão, o plástico no plasticão, e a sogra no caixão.", ou "Ajude a reduzir o buraco do ozono" que é uma frase bonita de se dizer lá fora, mas nós por cá temos um buraco(orçamental) maior para tapar. "Vá para o trabalho de transportes públicos para diminuir a emissão de dióxido de carbono", se todos seguíssemos esse conselho, com os atrasos dos transportes não só diminuía a emissão de dióxido de carbono como a emissão de ordenados ao fim-do-mês. Mas como eu sou um coração mole, decidi ir pesquisar um pouco sobre o tema e...Vocês sabiam que um dos gases emanados pelo ânus(vulgo buraco do cú) é o metano, o qual contribui 21 vezes mais do que o dióxido de carbono para o efeito estufa? Pois é, acho que o problema não é dos carros mas da flatulência, anda aí pessoal a abrir-se que nem gente grande.
Outra frame (acho que cena é um vocábulo já muito batido, então decidi passar a usar um sinónimo no meu discurso) que me causa espécime no Natal são os presépios estapafúrdios que as pessoas montam sob o dogma de serem originais. Meus amigos ponham nessa cabeça que um Presépio é para ser tradicional, não original! Que sejam então originais nos materiais que usam, mas como já tenho visto, miniaturas do kinder surpresa, hipopótamos, palmeiras e os sete anões, entre outros, não são elementos a incluir num presépio...assim como colocar uma Igreja na frame do nascimento do fundador do cristianismo é decididamente esticar a corda. Como diz o outro, por amor da santa!
Enfim, muita coisa poderia eu ainda definir como acontecimento irritante do longo período natalício, mas o facto é que tenho de acabar o post antes de entrar em estágio para o jantar do milénio em honra do meu n-ésimo aniversário que se realiza esta noite, muito embora a data devesse ter sido comemorada domingo passado(já ninguém faz anos ao domingo). Pelo que vou passar ao relato da minha véspera de Natal propriamente dita.
(10h00)
Velha: Ó Cláudioooooooooooooooooooo!!!
Sou arrancado a um sono profundo, e meio lézero pergunto-me onde estou? Abro um olho pra mirar o despertador...10h?? Será possível que nem no natal me deixam dormir?(Fecho o olho)
(10h15)
Velha: Ó Cláudioooooooooooooooooooo!!! Já te chamei há 1/4 de hora, porra!!!
E foi mesmo, será que ela tá a contar o tempo?
Eu: Que é? - respondo eu num inaudível tom ensonado.
Velha: Anda que precisamos de ajuda!
(10h30)
Velho: CLÁUDIOOOOOOOOOO PORRA!!!!
Sou novamente arrancado da terra dos sonhos, deste vez por um rugido furioso que identifico como a voz do meu pai...instantaneamente quando dou por mim já saltei da cama e desço as escadas numa locomoção atordoada e cambaleante.
Velha: Vá, faz aqui uma mousse enquanto estico a massa das felhozes.
Eu: Ã?? Estico a massa da mousse, e depois?
Não é pra me gabar, mas acho que passei ao lado de uma grande carreira de chefe de cozinha.
Com este acordar o dia promete. Durante todo o santo dia a velha discute comigo e com o velho que tem a casa toda suja e desarrumada, que vêm para cá as pessoas e 30 por uma linha...enfim é o espírito de natal que inunda na minha família. Contudo ao jantar tudo decorre com normalidade, uma casa portuguesa, pão e vinho sobre a mesa, e bacalhau, e batatas, e grelos(daqueles verdes amargosos, todos os anos eu peço dos outros ao pai natal, mas quando é bom nunca é pra mim...), o tinto caseiro do meu avô, e tudo a que temos direito. Sobremesa (mousse deveras elogiada), café, e bagaço (mais ou menos meia garrafa) para o meu avô que vai bebericando enquanto diz que não pode beber mais que eles andem aí. É verdade sou um neto orgulhoso dos avós que tenho. Num salto, e normalmente bem antes da meia-noite, que o pessoal já tem uma certa idadade e tem de se ir deitar, procede-se à abertura das prendas. Metade delas coisas de utilidade nula, mas como manda o consumismo desenfreado da festa em honra do nascimento do menino Jesus, que se nascesse hoje em Portugal nasceria numa ambulância, em plásticos deitado sem vaca nem burro, e quando muito receberia dos três bombeiros magos um chapéuzinho vermelho, um colete reflector e umas botas de biqueira de aço...
Noutra das minhas buscas pela internet, descobri também o presente ideal para este natal. Passo a citar: "John Cornwell, um engenheiro dos Estados Unidos, converteu em 2007 um mini-frigorífico em um "atirador" de cervejas. Agora o único esforço que tem que fazer para beber uma cerveja enquanto está no sofá é levantar o braço para apanhar a cerveja.", é um engenheiro assim que eu pretendo ser um dia, portanto que tal uma vaquinha entre o clube de fãs e oferecerem a invenção aqui ao menino?
Festas Felizes! Bom Natal! Um Próspero Ano Novo! Boa Páscoa! E beijinhos à prima(se for boa)!